sábado, 29 de julho de 2006

FIM DA FUPESPP ;-(

Evidente que já estava tudo "arquitetado", mas deixaram para avisar de última hora.



Alunos da Fupespp devem retomar as aulas na São Marcos

Lilian Alves/TodoDia Imagem
Professores da Fupespp protestaram com pizzas após demissão em Paulínia

São Marcos receberá os 255 alunos da Fupespp

Contrato com a prefeitura prevê o pagamento de R$ 360 mil mensais e é válido até janeiro de 2007


Os 255 alunos da Fupespp (Fundação de Pesquisas, Estudos Sociais e de Políticas Públicas) devem retomar as aulas a partir de terça-feira no campus da Universidade São Marcos, em Paulínia. O contrato para terceirização do ensino - no valor de R$ 360 mil mensais com validade até 26 de janeiro de 2007 - foi assinado ontem entre o diretor-superintendente da fundação, João Natanael de Souza, e o reitor da São Marcos, Ernani Bicudo de Paula, em São Paulo. O acordo prevê o término do semestre anterior e a conclusão do segundo semestre nos mesmos moldes do ensino oferecido na Fupespp, inclusive com a mesma carga horária e a permanência dos núcleos de estudos. Também ontem, os cerca de 55 professores da fundação tiveram os contratos encerrados, ao mesmo tempo em que foram contatados pela São Marcos para possibilidade de atuar na instituição.

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Pizza usada em protesto

O grupo de cerca de 55 professores demitidos da Fupespp ameaçam entrar com uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) no STF (Supremo Tribunal Federal) contra o prefeito de Paulínia e presidente do Conselho Deliberativo da fundação, Edson Moura (PMDB), por descumprir um dos preceitos fundamentais da Constituição Federal, do direito à Educação. Para a efetivação da ação judicial, no entanto, os alunos deverão se manifestar contra a terceirização do ensino da Fupespp pela São Marcos, anunciado ontem pelo diretor-superintendente da fundação, João Natanael de Souza. Ontem, eles protestaram com pizzas contra a demissão em massa.

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Natanael ironiza a ação de deputados estaduais

O diretor-superintendente da Fupespp, João Natanael de Souza, declarou ontem que os deputados estaduais que compõem a comissão suprapartidária devem “passar sebo nas canelas” ao invés de encontrar uma saída contra a extinção da instituição. No contexto, a declaração aumenta a possibilidade de que os alunos das três turmas dos cursos de Administração Pública e Comércio Exterior da fundação encerrem os estudos por completo, por meio da terceirização do ensino, na Universidade São Marcos. Souza não confirmou, mas também não descartou a possibilidade. Preferiu recorrer a posição que tomou desde o início da crise envolvendo a Fupespp. “Tenho o compromisso até 26 de janeiro de 2007. A partir daí, o prefeito (Edson Moura - PMDB) e presidente do Conselho Deliberativo toma as iniciativas”, disse.

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2 comentários:

Anônimo disse...

... Tinha que dar uma moto pra esse sujeito que esta de pizza nas mãos pra ele ir entregar la no palacio do planalto...

Anônimo disse...

...Partindo do pressuposto que o homem é um ser gregário e, por isso, histórico e cultural, a educação pode ser conceituada como todo aprendizado voltado para o ser humano viver e conviver em grupo. Desse modo, bem antes mesmo de aprender a falar, homens e mulheres já estão envoltos no processo educacional de apreensão da cultura na qual está inserido. Assim, nossos primeiros mestres são os pais, que no intento de nos civilizar, ou seja, de transmitir os valores aceitos pelo grupo, acaba assumindo o status de modelo a ser seguido. Consoante o molde adotado pela nossa sociedade, a chamada educação formal, diferencia-se daquela, pois visa a apreensão pelo educando de conhecimentos, cujo conteúdo mínimo é preestabelecido pelo Estado, através de diretrizes a serem seguidas, com aulas ministradas por pessoas que deveriam ser previamente capacitadas.

Apesar de o núcleo se inserir no contexto da educação formal, sendo a disciplina prática obrigatória para o bacharelado, ela não pode ficar adstrita ao conteúdo formal. Cabe ao professor lançar as bases para a ampliação destes limites, partindo do pressuposto que o cidadão atendido é co-participante da relação desenvolvida na faculdade.
Brandão (2001, p. 62), tratando da dimensão subjetiva da educação, acentua que:

Muitas vezes, entre os que pensam assim, a dimensão subjetiva da educação é ressaltada e, não raro, toma conta de todo o espaço em que seu processo está sendo pensado. Não importa considerar sob que condições sociais e através de que recursos e procedimentos externos a pessoa aprende, mas apenas a pensar o ato de aprender do ponto de vista do que acontece do educando para dentro. (Grifei)

Pontuamos que além do que acontece do educando para dentro (dimensão subjetiva), a educação dita formal deve preocupar-se com o conhecimento profissionalizante (dimensão técnica) e a atuação deste indivíduo como ser histórico, analisando e interferindo em seu próprio contexto (dimensão social). Endosso o entendimento de Masseto (2001, p.13/14), quando afirma:

Partimos do princípio de que as instituições de ensino superior, como instituições educativas, são parcialmente responsáveis pela formação de seus membros como cidadãos (seres humanos e sociais) e profissionais competentes. [. .. , Imaginemos quem a Fupesp estaria Formando..
É um lugar de fazer ciência, que se situa e atua em uma sociedade, contextualizado em determinado espaço e tempo, sofrendo as interferências da complexa realidade exterior, que se estende da situação político-econômico-social da população às políticas governamentais, passando pelas perspectivas políticas e ideológicas dos grupos que nela atuam. (Grifei)

Nessa perspectiva, o núcleo de prática não pode ser reduzido a mero laboratório, no qual o alunado desenvolva apenas a habilidade de peticionar e atuar em audiências, mas, vislumbre-se, em verdade, um cenário aberto e fértil para que - muito além do conteúdo programático - o aluno, professor e cidadão/parceiro identifiquem-se coletivamente: como seres sociais e históricos e, individualmente: como cidadãos comprometidos com os anseios da realidade social. Pontuou Freire (1999, p.77), com peculiar maestria, que:

Mulheres e homens, somos os únicos seres que social e historicamente, nos tornamos capazes de apreender. Por isso, somos os únicos em quem aprender é uma aventura criadora, algo, por isso mesmo, muito mais rico do que meramente repetir a lição dada. Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura ao espírito. (destaques do original).

Eis, em suma, a aventura e o risco dos que labutam em um núcleo de prática academica: romper com as amarras do academicismo em busca da prática educativa inclusiva e democrática.